Agora que o mercado começa a ficar saturado de equipamentos 2K (menos, é claro, em Portugal), que hão-de os fabricantes fazer à vida? 4K!
Vai ser a loucura deste Natal: televisões 4K! Filmes 4K! Restauros 4K!
Bom, nos restauros a loucura até vai ser o 8K, com o “Lawrence da Arábia”. nas palavras da Sight and Sound, “vêm-se coisas a mais!”.
A Sony, tentando ter um argumento de vendas inexcedível em relação aos jovens lobos da RED e aos connaisseurs da Arri, apostou há dois anos na guerra dos números e não foi de modas, pôs cá fora uma câmara 8K (a F65)
Finalmente decidiram-se a trazer essa tecnologia para 4K e para preços mais realistas com a F5 e a F55
Eu sou mais céptico – quando o 4K ficar ao preço do 2K, 10% dos filmes serão em 4K – para os outros, “2K chega e vamos é fazer mais filmes!”, porque a informação que existe numa cópia positivo em filme é 2K ou apenas ligeiramente superior (se for tirada directamente por contacto do negativo ).
Estas câmaras são uma etapa nova para a Sony porque trazem o RAW proprietário da Sony para um nível de preço muito mais acessível que o porta-aviões F65, ao mesmo tempo que começam a reflectir a necessidade de poupar nas chatices da pós-produção. Um exemplo: um dos formatos de captura disponível na câmara é RAW+MPEG2 4:2:2 50Mbit com metadados idênticos, o que na Alexa exige um gravador específico (Codex). Can I hear an Hallelujah, my friends?!!
Este RAW é 16-bits linear, tirado de um sensor 4K. O facto de ser 16-bits linear como na F65 facilita o trabalho com o espaço de cor ACES, que também é 16bits linear e será de futuro o espaço de cor de trabalho e arquivo dominante – é um espaço de cor trabalhado pela Sociedade Americana de Cinematógrafos, criado para facilitar o trabalho de rodagem-rushes–grading, para incorporar todos os outros espaços de cor e permitir conversões sem perdas entre eles.
ACES – Academy Color Encoding Specification